sábado, 27 de fevereiro de 2016

Indicados ao Oscar: Spotlight


          Assim como em Room, Spotlight traz um assunto bastante delicado que poucas pessoas sabem como lidar, situações que podem traumatizar vidas, e ambos os filmes tratam disso com bastante cuidado, só que Spotlight dá muito mais alfinetadas.
O filme é sobre um grupo de jornalistas que investigam casos de pedofilia causados por padres em Boston. Ele é baseado em fatos reais. (Esse ano a maioria dos filmes indicados são baseados em fatos reais)
          Durante todo o filme acompanhamos as descobertas dos jornalistas e como eles passaram de casos de uma cidade para o mundo todo, já que isso não é um problema apenas de Boston pois sabemos que é uma triste realidade que afeta toda a escala global. Quantos casos de pedofilia já foram noticiados aqui no Brasil? E no mundo inteiro? Como é dito no filme isso é praticamente um “fenômeno” pois acontece demasiadamente e sempre as vítimas possuem as mesmas características. Elas são crianças pobres (meninos em sua maioria) que tem um lar desestruturado e que não possuem uma figura paterna em casa. O filme também mostra o temor da família ao denunciar os casos de abuso, mas não por medo de ameaças de morte ou algo do tipo, mas eles possuem um temor religioso, como se fosse pecado denunciar essas práticas feitas por homens ditos como “santos” Nos depoimentos das vítimas do filme eles contam que os padres eram como um “Deus” para eles, e como você vai dizer não para Deus? Isso seria totalmente doentio se não fosse plausível pois sabemos que isso deve ser exatamente o que se passa na cabeça dos “sobreviventes” (como eles são retratados no filme) e da família deles. Acredito que isso também se passe na vida real. O filme expõe o ponto de vista deles. A vergonha e os traumas ocorridos depois das práticas. Alguns viram alcoólicos e uns até se matam pelo constrangimento.
            Um depoimento que me deixou particularmente chocada no filme foi o de um rapaz homossexual que já sabia que era desde criança, desde a época dos abusos, mas não falava para ninguém e ele praticou sexo oral e outras coisas com o padre pois ele era o único que aceitava a homossexualidade dele e se um padre que deveria abominar essa “pratica” te compreende e te aceita como você vai se negar a ele? Isso nas palavras do personagem. Achei bastante perturbador.

            O número tão grande das descobertas também é assustador. No final do filme eles mostram uma lista dos casos descobertos pelo mundo e é uma estatística enorme. Realmente o “fenômeno” já citado, pois esse tipo de comportamento regular dentro de um grupo que deveria significar santidade é quase uma doença. É difícil para qualquer um compreender o porquê desses números, o porquê de eles fazerem isso, o porquê deles se aproveitarem da inocência e da carência das crianças.


         Toda essa investigação é feita por personagens determinados e um elenco com bastante química. Tanto que ganharam o Sag como melhor elenco. Michael Keaton está mais forte do que nunca, depois de seu ressurgimento ano passado com Birdman e agora interpretando muito bem um homem focado e compenetrado em seu grupo e suas funções ele mostra que veio para ficar e esperamos sinceramente que ele continue nesse caminho. Rachel McAdams é a única mulher no grupo e também está ótima no papel, mesmo que não tanto ao ponto de ganhar na categoria de melhor atriz coadjuvante na qual está indicada, sua personagem está muito parecida com outra dela, mas da série True Detective. Mesmo que numa versão menos durona e mais compreensiva. Mark Ruffalo fez o contrário de Rachel, enquanto ela estava bem sem se esforçar, ele parecia que estava se esforçando há todo tempo. Mas com esse esforço todo não conseguia acertar o tom da atuação, da dicção e dos trejeitos, estava certa de que criticaria extremamente ele até uma certa cena no final onde ele discute com o personagem de Keaton, foi como se o Hulk tivesse se libertado daquele Bruce Banner irritante do restante do filme.
          O outro membro do quarteto também é excelente assim como Stanley Tucci (um ótimo ator só que sempre coadjuvante) Liev Schreiber e John Slattery. Realmente um elenco de peso. Até os atores que interpretaram as vítimas eram excelentes. Foram escolhidos a dedos de ouro.
         O diretor Thomas McCarthy que antes não fez nada de notório faz um excelente trabalho com esse filme que é lento em toda sua narrativa, mas que nem por um segundo é entediante. Você fica imerso naquela investigação mesmo já sabendo a verdade. Spotlight desafia a igreja católica e mostra como ela ainda tem grande influência sobre o estado assim como na era medieval. 

Indicados ao Oscar: Joy: O Nome do Sucesso


         Esse é mais um filme do combo: David O. Russell, Jennifer Lawrence, Bradley Cooper e Robert De Niro. É um filme que conta a história real de Joy, uma inventora e empresária que inventou o esfregão. Essa pode ser a sinopse apresentada por todos, mas Joy é muito mais do que isso, se foi fielmente retratada ela passou por maus bocados na vida. Com uma família disfuncional ela tinha que cuidar de todo mundo. Da mãe que era depressiva e só ficava dentro do quarto assistindo novelas, do pai que é meio pirado e vai morar na casa dela, do ex marido que vive no porão da casa dela, da avó que é a narradora do filme e dos dois filhos.
              De começo você acha absurdo uma família como aquela, “tão diferente de todas as famílias diferentes”. Como o marido vive na mesma casa depois de dois anos separados? Mas aí depois vamos percebendo o porque daquela situação. Ele é um cantor de boate que não tem grana ai vira um “encostado” na casa dela. O pai é outro problema, vive em pé de guerra com a mãe de Joy e ex esposa e é largado na casa delas por uma namorada que não o aguentava mais. E ainda tem uma meia irmã presunçosa e invejosa que enche o saco dela. Quem assiste percebe o quão é difícil ser ela. Cuida de todos, mas ninguém cuida dela. Até em encanamento ela mexe.
Desde pequena era uma inventora e adorava criar, numa dessas ela tem a ideia do esfregão, o desenha, o constrói, o patenteia e vai parar na televisão para vende-lo. Fracassa, depois tem sucesso, depois fracassa de novo e declara falência ai advinha? Vem o sucesso novamente e ganha muito dinheiro. Isso não é spoiler pois só pesquisar a Joy da vida real para ver isso.
                   Jennifer Lawrence é uma ótima atriz e nada do que faça será ruim. Nesse ela está igualmente bem, mas nada que possa faze-la ganhar um Oscar e nem ao menos ser indicada. A impressão é que não acharam ninguém melhor para indicar e botaram ela mesma, já que a academia gosta muito dela e ela tem simpatia com o publico. O problema é que já estão começando a forçar a barra e estão fazendo com que até pessoas que são muito fãs dela como eu fiquem cansados de sua presença no meio dos indicados. Amo esta mulher maravilhosa mas espero sinceramente que ela não ganhe dessa vez. Eu ainda não entendi porque o diretor David O. Russell insiste em coloca-la como mãe ou viúva (no caso do filme O Lado Bom Da Vida) ela é uma jovem que assim como eu tem 23 anos. Neste filme isso incomoda bastante já que a filha mais velha dela é grandinha e parece mais irmã ou sobrinha dela. Acho que o diretor gosta tanto dela que insiste em coloca-la em papeis que seriam para mulheres na faixa dos 30 anos. Ela meio que despropositadamente tira a vaga dessas mulheres.



          Robert De Niro continua confortável e sem se esforçar nas suas atuações e até Bradley Cooper pegou sua doença desta vez. Seu personagem aparece pouco, mas até nessas poucas vezes vemos uma atuação de um homem que parece está exausto e querendo fazer sua cena e ir logo para casa. Os outros personagens também estão apáticos.
      David O. Russell é um bom realizador, mas dessa vez parece que está apenas cumprindo a cota de filmes por ano, mesmo que o filme não seja ruim e que algumas cenas valham a pena. Como as que Joy parece estar dentro da novela preferida da mãe e das vezes que ela vence seus desafios. Há algumas bem emocionantes e o filme é bonzinho mas nada de excepcional. Lembro que quando ouvi falar dele e soube que era sobre a inventora do esfregão fiquei meio WHAT??? Qual a necessidade? Mas é uma boa historia de vida, mesmo que ainda seja sobre a “mulher do esfregão” talvez um dia façam um filme sobre quem inventou o pau de selfie, quem sabe? 

Indicados ao Oscar: A Grande Aposta


          A Grande Aposta é um daqueles filmes que você reconhece que é genial mesmo sem ter entendido nada. Ele é sobre quatro gestores que previram o colapso da economia mundial. É baseado em uma história real e no livro de Michael Lewis.
          Ele está indicado em cinco categorias e merecia muito na categoria de melhor roteiro adaptado pois a linguagem técnica dele impressiona. Ele tenta explicar para os leigos o que aconteceu em 2008, onde ocorreu uma das maiores crises imobiliárias, só que é muito difícil explicar isso para pessoas que assim como eu não entendem nada de economia e cálculos. E o grande mérito do filme é justamente o roteiro com todas essas camadas de genialidade e referencias.
          As atuações também são fortes. Steve Carell tem alguns momentos engraçados sem ao menos estar fazendo graça, seu personagem possui alguns momentos cômicos apesar de ser temperamental todo tempo (deve ser aí que está a graça) a forma como ele entra nos lugares, rouba a cena e depois sai falando no celular é hilário. Há duas cenas do tipo e você ri fazendo cara de what the fuck? Nas duas. Steve está muito bem e vem se fortalecendo cada vez mais nos papeis dramáticos. Outro que também está muito bem é Ryan Gosling, num personagem excêntrico e seguro de si. Ele que é o narrador da trama e vai esclarecendo algumas dúvidas para os tais leigos citados acima. E ele faz uso da quebra da quarta parede, ele fala com o espectador e além das dúvidas também fala mal dos outros e solta comentários questionáveis. Um recurso muito bem empregado no filme e do qual realmente não estamos cansados. Seu personagem lembra o de Leonardo Dicaprio em O Lobo de Wall Street, só que numa versão menos pirada.

          Mas o grande destaque é realmente Christian Bale, tanto que está concorrendo ao Oscar como melhor ator coadjuvante. Se não estivéssemos tanto na torcida por Sylvester Stallone ele poderia facilmente ganhar essa. Essa é uma das categorias mais difíceis pois todos os coadjuvantes tiveram excelentes atuações. O personagem de Christian é um sujeito introspectivo, esquisito, mas muito visionário e inteligente. Ele é o tipo de patrão que vai trabalhar de bermudão, camisa, chinelos (as vezes fica descalço) e possui um corte de cabelo mais esquisito do que ele. Ele fica tocando bateria e ouvindo rock. Tem um olho de vidro e não gosta de trabalhar em grupo. Fica dias em sua sala, as vezes sem até tomar banho. Não é um cara ruim mas tem suas convicções e segue em frente nas suas ideias, tanto que previu a bolha nas ações imobiliárias e investiu em suas ideias enquanto todos o achavam louco. Bale é um excelente ator e já provou isso diversas vezes e nesse ele está sensacional.


          Os outros atores coadjuvantes também são bons e olha que o time é grande, pois eram várias pessoas com um único objetivo no filme. Brad Pitt também integra o elenco mesmo que discreto, mas competente. Poderiam colocar qualquer outro ator em seu lugar e ele foi lá e fez um papel totalmente secundário sem problemas de querer aparecer.
          A grande Aposta não foi um dos melhores filmes indicados que vi até agora. Mas esse é um gosto muito pessoal pois reconheço todas as qualidades do filme. Boa direção de Adam McKay, bom roteiro, boas atuações, mas mesmo assim não conseguiu me captar. Chegou a ser cansativo algumas vezes, mas algumas cenas nos traziam de volta, como aquelas que algum famoso aparecia para explicar algum conceito, teve participação da linda da Margot Robbie e da estrela teen Selena Gomez. É certo que gerou debates quando terminei de assistir, mas não é um filme que eu queira ver de novo. Ele é o típico cumprimento de função, vi para o Oscar, pronto, já não vejo mais. Diferente dos outros que vi até agora, pois quero assisti-los mais uma vez. Um ótimo filme só que com uma linguagem tão difícil que pode afastar o público.  

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Indicados ao Oscar: O Regresso


          Todo ano tem de haver um filme sobre sobrevivência e superação. Este quase empatou com o Quarto de Jack na sofrência, mas conseguiu supera-lo nesse quesito.
O regresso conta a historia real de Hugh Glass que é atacado por um urso e deixado para morrer por seus companheiros de expedição. Mas ele sobrevive e vai atrás do homem que matou seu filho e quase o matou.
             O filme já começa com uma ampla cena de luta travada entre os comerciantes de pele que Glass pertence e os índios locais. Nisso já percebemos que o filme é muito mais do que sobre um cara que foi atacado violentamente por um animal e sobrevive. O filme fala um pouco de história e de como aconteciam os embates entre os homens brancos e os indígenas. O expectador é induzido a torcer pelos brancos já que são eles os principais da trama, mas aos poucos começamos a questionar se os “vilões” retratados no filme que atacam e matam as expedições são realmente os malvados. e caímos na real de que quem está matando, ferindo e dizimando um grupo e seus animais são os “caras pálidas”

          Antes de qualquer analise performática que possamos fazer primeiro paramos para admirar a arrebatadora fotografia e os conhecidos planos sequencias tão característicos de iñarritu. Na primeira cena de confronto e nas outras cenas do tipo a câmera não se atem apenas na luta central, ela amplia a imagem a fim de que todos os ângulos sejam captados, afim de que flechas surjam sem nem sabermos da onde vieram. E de forma alguma ficamos confusos ou perdidos na situação. Conseguimos captar cada embate e entender cada conflito. Só um ótimo diretor e uma ótima direção de fotografia podem fazer isso. Todo o visual do filme é maravilhoso. As imagens são quase protagonistas. O filme é tão artístico que o próprio diretor se orgulhou tanto que disse que seu filme deveria ser exibido em um templo. Sua direção foi excepcional e o filme é quase perfeito tecnicamente, mas pera ai né... (menos kirido) para quem não sabe ele foi gravado sem luz de estúdio, apenas com a luz do sol e poderia ter ficado ruim, mas ficou muito bom e muito mais realista. Acho que depois do plano sequencia o diretor conseguiu inovar com mais uma técnica (que provavelmente será popularizada)


          Há quem diga que o filme apela muito para vencer a estatueta dourada, que é o típico filme que ganha o Oscar e dá o Oscar ao seu pobre protagonista que sofreu demais durante as filmagens. É certo que filmes desse tipo onde o ator ganha ou perde peso, sofre com a temperatura e tem danos corporais tem uma cadeirinha cativa na premiação e antes de assistir também pensava que o fato do Leonardo DiCaprio estar indicado é justamente por isso mas ai eu assisti e vi que apesar de que lutar com ursos, perder o filho e dormir na carcaça do animal são fatores que contam ponto não podemos desmerecer a atuação dele por isso pois ele faz jus à sua indicação e não porque a academia está em debito com ele mas porque ele realmente merece por esse papel. Seu personagem apesar de guerreiro é um homem obediente e de temperamento calmo e ele consegue encarnar isso perfeitamente, tão diferente dos seus personagens em O Lobo de Wall Street e Os Infiltrados onde fazia papeis de homens temperamentais. Leo está bastante centrado e toda sua atuação está no olhar e nas expressões faciais. O Urso além de debilitar seu corpo também debilitou sua voz e por isso Hugh Glass quase não fala. Então ele usa toda sua experiência e boa atuação através de expressões. Ele é um candidato fortíssimo e ao que tudo indica ganhará o Oscar, estou na torcida com toda certeza. Outro que está indicado ao Oscar, mas de melhor ator coadjuvante e que também faz jus à sua indicação é Tom Hardy. Tive um passado de implicâncias com esse ator, mas ele cresce e melhora a cada filme. Ele está meio calvo no filme e tem uma personalidade rústica e insensível. Hardy é o homem perfeito para o papel, pois possui essa cara constante de invocado . Domhnall Gleeson também está ótimo como o chefe da expedição e não cansa de provar que é talentoso e versátil. Will Poulter saiu de Maze Runner pra provar que consegue se virar no mundo lá fora, apesar da cara de malvado ele faz um personagem bonzinho nesse e convence perfeitamente.
          O Regresso talvez seja o filme que pela primeira vez dará o Oscar consecutivo há um diretor, pois Alejandro Inarritu acertou na mão de novo e é forte na categoria. Ele é visionário e dá o sangue por seus filmes, com esse ele faz mais uma obra que debate sobre algo, mesmo que não diretamente. As atuações estão excelentes e o roteiro tem seus autos e baixos. Não é tudo nele que é aproveitável, tem cenas que se estendem muito propositalmente, só para que o telespectador curta o visual. Há cenas fortes como a que ele prepara sua cama na carcaça, mas há outras eletrizantes como a perseguição do inimigo no final que leva a um combate sangrento. Acima de tudo é um filme belo e bem feito. 

Indicados ao Oscar: Brooklyn


             Brooklyn é provavelmente o filme mais leve dos indicados ao Oscar. Diante dos indicados de melhor filme que possuem roteiros dramáticos, sofridos, políticos, com ação desenfreada e tantas outras coisas pesadas esse é o sopro de alivio e frescor que precisávamos.
            Esse é um filme dramático disfarçado de romance dirigido por John Crowley e roteiro de Nick Hornby (do filme Livre) onde acompanhamos a Irlandesa Eilis Lacey que sai de seu pais para tentar a vida nos Eua, mais precisamente no Brooklyn.
Isso dela deixar sua pátria por outra para tentar uma vida melhor pode parecer um tema saturado e algumas coisas do filme realmente fazem jus a sinopse e o pré-julgamento das pessoas quanto a ele. Na Irlanda ela trabalha em uma padaria para uma megera e odeia o que faz, odeia também as pessoas e a falta do que fazer na sua pequena cidade. O filme mostra a realidade das cidades interioranas onde todos tomam conta da sua vida e inventam coisas. Além do cotidiano pacato e sem graça, com pessoas pouco interessantes e so boring. Por tudo isso a irmã da protagonista entra em contato com um padre amigo dela para que ele a ajude a acolher sua irmã na América para que ela tenha uma vida melhor. A tristeza e insatisfação da protagonista quando está na Irlanda é evidente através da fotografia noturna. A escuridão da cidade revela a alma da mocinha, mas quando ela chega aos Eua as cores se acendem na tela. O sol começa a brilhar quando ela cruza a porta de entrada para o seu novo pais, seu novo lar. Ali as roupas ficam mais amarelas, vermelhas, coloridas e aos poucos ela vai deixando suas características de menina pacata do interior.

              No começo ela é uma menina tímida, fechada e que não consegue se expressar. Tem medo das pessoas e do futuro, mas aos poucos vai tomando confiança e se tornando uma mulher madura e corajosa. O fator predominante para essa mudança acontece quando ela conhece Anthony, um rapaz italiano, sem muita instrução, mas bastante trabalhador. Eles começam a namorar e o carinho e a confiança que ele transmite a ela vai a mudando sem ela perceber. Faz tempo que não vemos um personagem tão doce como Tony. Ele não faz jogos com sua namorada e nem tenta parecer ser algo que ele não é. Ele é verdadeiro em todas suas promessas e desejos. Sua fidelidade a menina é encantadora e não de uma forma clichê e melodramática, mas é algo que flui sem esforço. É algo que é totalmente normal, mas no mundo de hoje e com os relacionamentos de hoje parece ser algo fora do comum. Ele é muito bem interpretado por Emory Cohe, um ator com uma beleza clássica e que muito me lembrou do ator teen dos anos 80 Andrew Mccarthy. Quem faz a protagonista é a linda da Saoirse Ronan que está concorrendo o Oscar de melhor atriz pelo papel e antes já havia concorrido como melhor atriz coadjuvante por Desejo e Reparação. Ela é uma atriz bem sensata na escolha de seus trabalhos. Deu algumas derrapadas, mas nada que pudesse comprometer seu talento. Neste ela está totalmente convincente como a mocinha tímida e depois como a mulher independente e trabalhadora. É incrível ver seu crescimento (tanto na tela quanto na vida real). Ela tem uma atuação discreta, porém expressiva e sabe controlar muito bem suas emoções, apesar de achar que ela não leva o Oscar, sua indicação foi mais do que merecida.


        Além dos protagonistas, outra atuação que merece destaque é a de Domhnall Gleeson (o ruivinho que está em todas) ele entra da metade do filme para o final e não tem muitas cenas, mas tem uma atuação marcante em cada uma. Julie Walters de Harry Potter também está no filme e apesar de caricata também tem uma boa atuação.
           Brooklyn é um lindo romance e um ótimo drama. Com uma fotografia significativa, um roteiro simples, mas bem trabalhado e uma competente direção juntamente com competentes atuações. Mesmo que a principio enfatize demais o american way of life, algo bem batido, isso não consegue tirar a sensibilidade e a pureza do filme. Não é um filme sobre um relacionamento perfeito, a protagonista tem certas atitudes que dá vontade de sacudir ela, mas depois percebemos que aquilo precisava acontecer para seu crescimento pessoal e para que visse que estava tomando a decisão certa. Quando você for ver os filmes que estão concorrendo ao Oscar e estiver cansado dos dramalhões assista esse para respirar um pouquinho. Valerá a pena.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Indicados ao Oscar: Creed: Nascido para Lutar


          Que filmes sobre boxe fazem sucesso disso não temos a menor duvida. Ele é o esporte mais prestigiado da academia e o que causa essa fascinação toda? Por que filmes sobre outros esportes não ganham tantos prêmios como ele?
          Geralmente porque todo filme sobre Boxe trás uma grande historia de luta e superação. Não que os outros não tragam, mas geralmente o foco dos outros são um grupo e não uma única pessoa. Claro que não posso generalizar. Mas posso afirmar quando digo que todos os filmes com o tema são muito bem ambientados com roteiro dramático, bons diretores e boas atuações. Grandes nomes Já atuaram em filmes sobre o Boxe, como Charlie Chaplin, Robert De Niro, Paul Newman e Russel Crowe e grandes filmes foram feitos e venceram muitos prêmios como Touro indomável, O Campeão e Menina de Ouro. Esse ultimo protagonizado por Hillary Swank, provando que apesar de ser um esporte predominantemente masculino ele também é para mulheres. De todos esses um dos mais famosos, com milhares de fãs e que eternizou o esporte foi Rocky. Escrito por Sylvester Stallone num momento muito difícil de sua vida, ele só aceitou vender seu roteiro se ele estrelasse o filme. Claro que eles queriam alguém famoso, mas o ator teve persistência e conseguiu o papel. Rocky é até hoje o maior sucesso da carreira de Stallone. A tocante historia, a trilha sonora, e as cenas emocionantes marcaram toda uma geração de cinéfilos.
E agora temos a continuação da jornada de Rocky, mas quem protagoniza essa nova trama é o filho de seu adversário e posteriormente amigo Apollo Creed. Nele conhecemos Adonis Johnson, na primeira parte do filme uma criança problemática que vive em um reformatório até ser adotado pela esposa de Apollo (ele era filho de uma relação extraconjugal). Quando adulto entra para o mundo do boxe a fim de seguir os passos do pai.
A primeira parte do filme é a típica historia do menino pobre e abandonado que não conheceu o pai, mas quando é adotado as coisas saem um pouco do protocolo de sofrimento dos filmes sobre boxeadores. Ele tem uma boa vida numa mansão luxuosa (herança do papai) e tem um bom emprego, mas não se sente realizado nele por isso vai em busca daquilo que está em seu sangue. Ele abre mão do luxo e vai morar num apartamento pobre na Filadélfia para ser treinado por Rocky.

          Rocky vive sozinho e trabalha em seu restaurante. No começo ele declina do convide de treinar Adônis, mas logo se vê envolvido. Provavelmente ele enxergou a luta de Apollo e sua luta pessoal no rapaz. Stallone está muito bem no papel, como não vemos em anos. Ele estava tão envolvido em projetos de “brucutus” que não saia da sua zona de conforto. Nesse temos um vislumbre da competente atuação dos outros filmes do Balboa, claro que nada extraordinário, pois Stallone tem algumas limitações, mas nos pegamos torcendo por ele graças a sua determinação. Ele acredita tanto nas coisas que ele faz e se doa tanto que perdoamos qualquer falha em seu desempenho. Neste filme Balboa está muito mais debilitado e sofrendo pela sua solidão. (mesmo que ele não diga isso) seu personagem é o reflexo de muitas pessoas em sua faixa etária. Os filhos cresceram e tem suas próprias vidas (com emprego, esposa, marido filhos e etc..) e os pais são deixados um pouco de lado. Ainda mais quando seu marido ou esposa já faleceram. Como é o caso dele, o amor de sua vida, sua esposa Adrian já é falecida há vários anos e agora ele também não tem a companhia do cunhado e amigo Paulie. E, além disso, ele recebe uma péssima noticia. Temos um sentimento melancólico ao analisar o final da trajetória de Rocky, mas esses filmes são movidos a uma única carga de energia: esperança e superação (no caso duas rs) e logo somos animados novamente.


Mas não se enganem pensando que Sly é o melhor personagem do filme, quem rouba a cena por causa de sua excelente atuação é Michael B. Jordan. Esse é um bom ator que só cai em armadilhas cinematográficas o fazendo desperdiçar talento. Esteve antes no fracasso O Quarteto fantástico. Sua performance é calma e controlada mas ao mesmo tempo explosivo em algumas cenas. Ele atua de forma tão equilibrada e sem exageros que fica difícil lembrar que seu currículo não é tão extenso assim. Ele merecia muito uma indicação ao Oscar (e a todos os prêmios da temporada), mas parece que esse ano não abriu inscrição para a “cota” Até quando? Ele está tão bom quanto Stallone.
          A atriz Tessa Thompson que interpreta Bianca a namorada do protagonista também é um talento a ser construído. Ela faz de Bianca uma personagem forte e determinada, apesar de seus problemas pessoais, ela não é apenas a namorada, ela é a incentivadora, o porto seguro, ela é a Adrian dele. Os outros personagens são descartáveis. A trama não tem um mega vilão. Só o adversário de ringe, como em qualquer luta de boxe.
         Creed merece todas as críticas positivas possíveis. O jovem diretor Ryan Coogler foi uma escolha acertada para o filme, passou toda sua modernidade técnica para a velha e eterna franquia. Claro que deu algumas escorregadas, mas até um Spielberg da vida também dá. Creed está maior em fotografia, edição, montagem e tudo... Só se iguala ao primeiro Rocky nas categorias roteiro e trilha sonora, não tem como. Esse projeto poderia ter dado MUITO errado, mas de alguma forma funcionou. Força do boxe? Qualidade das pessoas envolvidas? Acho que tudo isso e mais um pouco. E o melhor de tudo é a nostalgia que envolve fãs como eu e talvez você.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Indicados ao Oscar: Review A Garota Dinamarquesa



          A Garota Dinamarquesa é um filme baseado no romance do autor Ebershof e foi inspirado no diário da personagem transexual Lili. O filme é a cinebiografia de Lili Elbe que nasceu como Einar Wegener e foi uma das primeiras pessoas a realizar a cirurgia de mudança de sexo. Nesse filme vemos o quão doloroso é a fase da transição e aceitação por parte da sociedade, dos entes queridos e da própria pessoa.
O filme se passa nos anos 20 e esse foi um dos primeiros casos transexuais, na época vemos a reação espantosa por parte das pessoas e ao pararmos para analisar vemos que todo esse espanto e preconceito ainda é muito atual, mesmo tendo se passado tantos anos e mesmo o mundo tendo mudado tanto.
          Muitas pessoas criticaram o livro e o filme pois dizem que ele não é fiel ao diário escrito por Lili Elber. Eles omitiram muitas coisas, principalmente quanto a sexualidade de Gerda que era esposa de Einar, dizem que ela era lésbica ou ao menos bissexual, o que é um pouco visível no filme, mas em nenhum momento se afirma nada. Criticaram também a relação das duas, dizendo que não era tão romântica e eterna da forma que é retratada no filme. É claro que Hollywood tinha que exagerar na “história de amor” das duas.

A relação de Lili e Gerda pode até não ter sido como é retratado no filme, mas é um dos pontos fortes da trama. A amizade, o amor e o respeito são tão grandes que emociona. Mesmo Gerda apoiando a escolha do marido podemos perceber que não há uma aceitação por completo. A esperança de que aquilo seja apenas uma fase ou um jogo (como era no começo) está sempre ali no olhar da personagem. Ela ama seu marido e se arrepende de ter incentivado a libertação de Lili. Quando ela começa a surgir e Einar vai perdendo o espaço somos levados a acreditar que foi a esposa que incentivou aquele comportamento. O pedido para vestir as roupas para que ela pudesse terminar seus quadros (ambos eram pintores) começou a liberar alguém que a muito tempo se mantinha escondida, mas nunca tinha sido revelada. Depois fica comprovado que ele não mudou por influência de Gerda pois ele sempre foi Ela.


          Eddie Redmayne está concorrendo ao Oscar pelo filme e se não tivesse o Leonardo Dicaprio na parada aposto que ele levaria seu segundo Oscar consecutivo. Ele está tão delicado e tão bem no papel. Não consigo ver mais nenhum ator de Hollywood fazendo esse papel. Ninguém poderia captar a sensibilidade da alma de Lili como ele captou. É claro que seus traços femininos ajudaram bastante. Seu rosto fino, sua pele perfeita para maquiagem, os lábios, o corpo esguio e a forma como anda e fala é propriamente de uma mulher. Só um ator como ele, com todos seus atributos poderia interpretar com tamanha sensatez. Seu laboratório foi bem aprofundado, mostra-se uma observação total dos trejeitos femininos. Alicia Vikander quase rouba a cena na pele da Esposa Gerda Wegener. Ela vem provando que é uma ótima atriz e uma grande revelação. Nesse, assim como em Ex machina ela está maravilhosa. Sempre com uma atuação sutil, apesar das explosões da personagem algumas vezes. Ela é claramente o homem da relação, desde o começo, ela que rege o lar e é uma esposa dedicada e que ama o marido apesar de tudo. Mesmo quando ele não queria, ela estava lá por ele e o filme a torna praticamente uma santa pois qual mulher nesse mundo aceitaria essa condição do marido sem raiva e rancor? E que ficaria ao lado dele mesmo após a cirurgia de mudança de sexo? Isso prova que acima de tudo ela era a melhor amiga e companheira dele. Coisa que muitas mulheres não são. Ambos tiveram sorte de ter um ao outro (posteriormente uma a outra) pois o amor era mutuo. Os sentimentos de Egnar por ela não diminuíram após virar Lili. Elas foram feitas uma para outra, independente do rumo de suas vidas.
          Com direção do diretor britânico Tom Hooper que fez o subestimado O discurso do Rei, The Danish Girl tem boas atuações (pena que Amber Heard esteja tão apagada) e um roteiro linear, nada de excepcional, você começa a assistir e já sabe a trajetória só não sabe como acontecerá. É um tema bastante delicado e que ainda carece de informações. Foi muito difícil escrever sobre esse filme pois apesar de ser algo atual e bastante debatido ainda fico na defensiva ao escrever sobre algo que não conheço tão bem, estamos menos familiarizados do que achamos. O filme me lembrou bastante do caso Caitlyn Jenner (que era Bruce Jenner e marido da Kris, matriarca das Kardashians) lembro que quando ele se assumiu uma mulher eu fiquei bastante confusa. De primeira achei que fosse marketing (ainda tenho minhas desconfianças) e não entendia como um homem de certa idade, com esposa e filhos pudesse se transformar assim de uma hora para outra. Lembro da reação da Kris e vi seu desapontamento e tristeza, tão real e diferente da relação perfeita e idealizada de A Garota Dinamarquesa. Porém é algo que te toca e o final é lindo e cheio de metáforas. 

Review Deadpool


          Quem diria que o Deus do cinema daria uma nova chance a Deadpool? Depois da desastrosa aparição no desastroso filme X Men Origens: Wolverine era quase certo que o “herói” estava morto e enterrado para o cinema. Talvez essa aparição tenha sido uma grata provação para que o personagem retornasse tão sarcástico, fazendo piada de tudo e todos e quebrando a quarta parede, uma das melhores coisas do filme.
Deadpool na verdade é Wade Wilson, um ex-militar e mercenário que descobre que está com câncer terminal, mas que logo vê uma chance de cura nas mãos de um homem que irá leva-lo para um experimento em laboratório. Após sofrer muito e ser regenerado ele vai atrás do homem que raptou sua namorada.
          Olhando assim até parece ser um filme sobre a donzela em perigo, em que seu herói com roupa colada vai salva-la. Ele mesmo afirma no começo do filme que Deadpool é um filme sobre romance, mas logo depois diz que é um filme de terror! Na verdade Deadpool é um filme com vários gêneros em um só. Tem Drama, tem romance, tem terror, tem ação e tem muita comédia. Ele é um filme de comédia com a historia de um anti-herói como plano de fundo. E na maioria das vezes parece uma daquelas sátiras hollywoodianas, só que com qualidade.

          Pelo começo do filme já sabemos o que nos aguarda. As risadas já começam dali quando ao invés deles botarem os nomes da equipe, como todo filme, com o nome dos atores, diretor, produtores, roteiristas e etc... Ele vai criando frases que caracterizam a função de cada um naquele filme. Parece até aquelas legendas engraçadas das entrevistas do programa pânico. Gostei muito da singela homenagem aos roteiristas que são “os heróis de verdade” até que enfim alguém reconhecendo aqueles que fazem o papel mais difícil numa produção de um filme. Eles são a alma dos projetos, não existe vida sem eles. E por falar em roteiro, o de Deadpool está bastante afiado, as piadas são referenciais e bem divertidas, claro que algumas são escrachadas, mas não poderia ser diferente se levarmos em conta o personagem dos quadrinhos. Enquanto pegaram firme na comédia, na parte de desenvolvimento da trama eles pecam um pouco. A historia não é nem um pouco grandiosa e nem original. É simplesmente o cara ferrado que adquire poderes e que precisa lidar com eles ai depois precisa lidar com o vilão que sequestrou a namorada. Sim é a donzela em perigo, mas ela não é tão indefesa assim. A cena final mostra muito bem isso.


Quem interpreta Vanessa é a atriz brasileira, mas criada nos EUA Morena Baccarin. O que salta a primeira vista claro que é sua beleza, mas aos poucos vamos percebendo seu talento e nos lembrando de outros bons trabalhos dela. O inicio do filme ela é creditada como a “gostosa” porque sim, em todo filme de herói tem que ter uma para animar a garotada, mas logo esse credito vai mudando e vemos uma mulher independente, divertida, inteligente, sensual e apaixonada pelo namorado. Quando descobre a doença dele ela faz mil planos para reverter a situação e quando ele vai embora e eles se reencontram ela não age como a mocinha que o enche de beijos porque ele voltou, ela bate e xinga ele por ter ido embora. Como uma mulher real e SENSATA faria. Há menos que você tenha passado pelo que o Wade passou e que tenha ficado deformado como um abacate que transou com outro abacate você não tem desculpa nenhuma por ter sumido queridinho.
O dono da frase do abacate é o amigo de Wade, Weasel, interpretado pelo ator T.J Miller, que apresentou os Critic’s Choice Awards e foi um fiasco. No filme ele também não está grandes coisas, tem uma piada boa aqui e ali, mas também nada no nível de seu protagonista. Dos outros atores coadjuvantes se destacaram a heroína do x-men Negasonic, que apesar de séria e ser a típica adolescente ranzinza como o próprio deadpool zoa é uma figura legal. Seu parceiro Colossus também é divertido, apesar dos efeitos especiais horríveis e o sotaque irritante. Outros que também rendem bons momentos é o taxista particular de Deadpool e sua companheira de cracolândia a idosa cega. Os encontros com o taxista rendem ótimos momentos e apesar de alguns terem criticado a participação da ceguinha e terem achado desnecessária eu achei muito divertida. Invés de ele usar seu amigo como o “Robin do seu Batman” ele a usa para isso. O que é muito legal. Os vilões são um dos mais fracos dos filmes de super-herói, Ajax e Angel Dust parecem até piada.
          Mas não posso deixar de falar da melhor coisa de Deadpool.... O próprio Deadpool. Ryan Reynolds conquistou o papel de sua vida. Ou melhor, reconquistou e como ele conseguiu essa proeza é um grande mistério. Seja um ótimo agente, uma macumba das boas, um teste do sofá... o que tenha sido... o fato é que ele está melhor do que nunca. Não consigo enxergar outro ator para vestir a roupa do herói. E o mais interessante é que ele próprio zoa suas escolhas do passado e questiona seu talento. Tem que ter muito bom humor para isso. Torço muito para que agora que viram seu talento a carreira dele entre nos eixos e ele faça boas escolhas.
          Deadpool é a prova de que muitas vezes um filme com uma trama rasa, efeitos especiais pobres e vilões fracos pode dar certo graças a força e o estrelismo de seu protagonista e de seus coadjuvantes. E a trilha sonora também está super acertada, com musicas lentas clássicas dos anos 80 que nossas mães ouviam no cd Good Times (eu particularmente amo essas musicas e estou ouvindo em looping todas elas) A direção de Tim Miller (Scott Pilgrim) teve sua chance de reconhecimento agora. Com Pilgrim ele tinha se saído bem, mas pena que as pessoas não viram. Ryan assina como produtor e dá pra ver que ele se dedicou inteiramente ao projeto, fazendo algo que tirou gargalhadas de quem assistia. Mesmo com o orçamento contado nas moedas (ele próprio tira sarro disso no filme) o filme se tornou um dos mais eficientes filmes de herói da atualidade.

OBS: A cena depois dos creditos é indispensável para os cinéfilos e aqueles assim como eu que amam os filmes High School dos anos 80 <3

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Clássico do dia: Psicose


          Psicose era mais um filme clássico que estava na minha lista para assistir. É quase um crime eu como cinéfila nunca ter assisto a esse filme, mas recentemente coloquei na cabeça que só assistiria depois de ler o livro e assim eu fiz. É claro que já sabia vários spoilers do filme, inclusive um pouco do desfecho final, mas muitas coisas ainda me surpreenderam.
         Esse é um filme de suspense/terror lançado em 1960 e dirigido e produzido pelo ícone Alfred Hitchcock. Nele Marion Crane se vê tentada quando recebe 40 mil dólares para ser depositado no banco por ordem do patrão, com esse dinheiro ela poderia ajudar seu namorado Sam que está passando por grandes dificuldades financeiras, o que impede o casamento dos dois. Na fuga ela para no Bates Motel, onde o proprietário é um homem muito estranho chamado Norman Bates e lá é assassinada brutalmente enquanto toma banho.
A cena do chuveiro é clássica e todos conhecem, até aqueles que nunca viram o filme ou até mesmo não conhecem muita coisa sobre cinema. É uma cena bastante conhecida. A trilha sonora, o suspense da entrada do assassino no banheiro, a expressão da vítima, todos elementos conhecidos pelo público e reconhecidos pela ótima execução. Uma das melhores cenas de suspense do cinema, se não for a melhor. O filme é todo em preto e branco (o orçamento não era dos maiores na época e foi filmado com uma equipe vinda da televisão) e isso ajuda na tensão da cena e de todo o filme.
Após a morte de Marion, sua irmã Lila e Sam seu namorado começam a procura-la juntos e com eles o detetive Arbogast que consequentemente se torna outra vítima do assassino psicótico que reside no Bates motel. Sabemos que só há duas pessoas suspeitas e a partir da primeira morte no hotel, a de Marion, já fica subentendido quem que a causou. Mas Psicose é um filme de mistérios e reviravoltas, e as coisas começam a ficar mais esquisitas.

        Marion Crane é interpretada por Janet Leight, mãe de Jamie Lee Curtis (Screem Queens) ela inclusive concorreu ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante e realmente está muito bem no papel. Sempre com a expressão de infelicidade e desconfiança. Ela sustenta muito bem as características da personagem do livro e a interpreta com qualidade. Vera Miles (Lila) e John Gavin (Sam) estão razoáveis em seus papeis, nada excepcional apenas competente, John é muito charmoso também, não imaginei Sam daquela forma, o que me surpreendeu fisicamente.


         Mas de todos os atores quem realmente surpreende e rouba a cena é Anthony Perkins como Norman Bates, e não poderia ser diferente, já que é o protagonista e o ponto alto da trama. O ator é bem diferente do que é descrito no livro, ele não é gordo e não usa óculos, pelo contrário, ele é alto, bem magro e até um pouco fofo devido a timidez. O ator está ótimo no papel, tanto que foi o papel da vida dele, ele realmente faz o tipo desengonçado e esquisitão. Porém um filho dedicado acima de tudo. A amizade com sua mãe é uma coisa bem doentia e é bem evidente no livro e filme. Essa devoção e ciúme é algo bem perturbador. Mesmo a mãe sendo uma pessoa bem difícil. A atuação de Anthony é bem parecida com a de Andrew Garfield, pelo menos ao meu ver, se fizessem um remake (mas de qualidade e não como os anteriores que são horríveis) poderiam colocá-lo facilmente no papel de Norman. Mas isso por que ainda não vi a atuação de Freddie Highmore na série Bates Motel.
         O filme tem muitas semelhanças com o livro de Robert Bloch, no qual Alfred se baseou completamente, inclusive ele mandou seu assistente comprar todos os exemplares do livro para que ninguém conhecesse o final. Este é um excelente filme para aqueles que estão querendo ver filmes clássicos, pois apesar do tempo ele é contemporâneo e capta sua atenção durante todas as quase 2 horas. Com uma direção impecável, (a forma como a câmera se aproxima do rosto e depois se afasta é muito peculiar) uma fotográfica marcante, a violência implícita que não mostra muito sangue e nem cenas grotescas, o sexo que não é escancarado (como na cena em que ela está nua no chuveiro, mas a câmera não expõe suas partes intimas) tudo é muito sutil e o terror do filme só fica a cargo das boas performances dos atores. A cena final onde se revela quem matou as vítimas é arrepiante assim como o famoso sorriso assustador de Norman no encerramento do filme. É um filme que merece ser visto por todos, seja amante de cinema ou não.

Review Livro Psicose


          Primeiramente gostaria de falar sobre a edição linda da DarkSide para esse livro. Na verdade, há duas, uma nas cores branco e vermelho com uma espécie de ralo ensanguentado na capa (em referência a famosa cena da morte no chuveiro) essa edição é muito bonita e caprichada também e tem a edição que eu ganhei que é na cor preta, capa dura (não sei se a outra também é) e é a limited edition. Que senhoras e senhores é muito linda também, com cenas famosas do filme no começo, uma no meio e mais algumas no fim. Você se apaixona primeiro pelo livro em si e depois pela estória contada dentro dele. Esses sim você pode julgar pela capa e comprar, pois, tenho certeza que vão se encantar ainda mais com o conteúdo.
        Esse livro foi escrito por Robert Bloch e é inspirado pela história do assassino Ed Gein, que foi preso em winconsin, em 1957, por ter assassinado duas mulheres e ele também tinha uma relação doentia com sua mãe, além de fazer vários experimentos em cadáveres assim como o personagem principal desse livro. Essa história real inspirou também filmes como O massacre da serra elétrica (1974) e O silêncio dos inocentes (1991)
Nele Marion Crane se vê tentada quando recebe 40 mil dólares para ser depositado no banco por ordem do patrão, com esse dinheiro ela poderia ajudar seu namorado Sam que está passando por grandes dificuldades financeiras, o que impede o casamento dos dois. Na fuga ela para no Bates Motel, onde o proprietário é um homem muito estranho chamado Norman Bates e lá é assassinada brutalmente enquanto toma banho.
           Tenho que confessar que esse é o primeiro livro do gênero suspense/ terror que eu li, sou muito medrosa, muito mesmo (estou pegando coragem para ler O Demonologista) e achei que Psicose seria uma ótima forma de me aventurar pela primeira vez no gênero. Não senti medo algum, mas a tensão que fica no ar após cada página virada é bem melhor do que qualquer susto. Psicose foi escrito em 1959 mas parece muito atual, não se usa termos totalmente desconhecidos e nem expressões que nos constrangem de tão velhas, ele é atemporal e consegue te prender até o final. Sou uma pessoa que demora bastante para terminar uma leitura, gosto de ir com calma para apreciar o que estou lendo, mas esse eu queria ler sem parar, principalmente por que fiquei fixada em Norman Bates.
A moça do chuveiro pode ser a personagem mais conhecida graças ao cinema, mas o personagem mais interessante desse livro é indiscutivelmente Norman. Ele é um cara gordo, que usa óculos, é tímido, recluso e de gostos muito controversos. Seus livros entregam seu caráter duvidoso, ele optava por gêneros ligados ao ocultismo, satanismo, erotismo e todos os ismos possíveis, a pessoa pode até ler por curiosidade algum desses gêneros eventualmente, mas o fato dele ler apenas esses e outros gêneros já entregava a mente perturbada dele. Podemos é claro nos identificar com esse lado dele que prefere ficar junto aos livros do que rodeado de certas pessoas, algumas coisas boas dá para serem retiradas dele. Mas são poucas. Esse relacionamento com a mãe (dado pela falta do pai e pela devoção a ela) é muito bizarro. Ela o trata mal e ele a obedece e segundos depois ele a questiona. Norman além de esquizofrênico também era bipolar pois sua opinião sobre a “Mãe” mudava toda hora. Ele a criticava e falava horrores dela e depois parecia que era tomado pelo medo e arrependimento pois dava razão a ela e chamava as inocentes moças de vadias e tudo quanto era nome.

          Psicose é um dos melhores livros que já li na minha vida. Você simplesmente não se cansa e quer resolver o mistério. Quando o final chega você fica perplexo, com spoiler ou sem spolier, você se espanta quanto ao desfecho da obra e as brilhantes ideais do autor. Ele foi muito além daquilo que lhe deu inspiração para escrever o livro, ele criou algo seu e foi algo grande. O mérito da obra vai para o autor e sua viciante narrativa, a desenvoltura de sua escrita, aos personagens bem construídos e todos essenciais e principalmente ao personagem Norman que merece ser estudado. Ele era a mãe, a criança e o homem na mesma pessoa, e o triste é que essa maldita trindade existe na vida real e essas pessoas que vão além da bipolaridade precisam aprender a conviver com ela. 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Sherlock Um Estudo em Vermelho


         Esse foi o primeiro livro que li na Maratona Literária de Carnaval. Fiz um post de apresentação dela aqui: http://speakcinema.blogspot.com.br/2016/02/maratona-literaria-de-carnaval-2016.html Ele tem apenas 199 páginas e por isso achei que o leria muito rápido, talvez em apenas um dia, mas demorei muito mais, o que levou metade dos dias destinados as leituras do desafio literário em questão... mas não pense que a leitura demorou pois é arrastada e chata, muito pelo contrário, eu teria lido muito mais rápido se pra minha surpresa o meu carnaval não tivesse ficado agitado. Mas mesmo nos passeios eu só pensava em pegar o meu livro e ler.
         Um Estudo em Vermelho foi o primeiro livro do escritor Arthur Cona Doyle e introduz a amizade do famoso detetive com o Dr. John Watson e ele juntamente com os agentes Lestrade e Gregson vão tentar desvendar um crime bem misterioso.
Esse livro faz parte da trilogia publicada pela Editora Nacional. Os outros livros são As Aventuras de Sherlock Holmes e As memórias de Sherlock Holmes. Comprei esse livro na Bienal e fiquei em dúvida entre qual deles compraria, optei por esse por ser o primeiro livro do autor e também por mostrar o começo da amizade Johnlock <3 Estava vendo a série na época e estava viciada nela e em ambos personagens.
       O começo dessa resenha pode ter passado a mensagem errada. Pois fiquei encantada com a leitura desse livro, não poderia ter começado essa maratona de melhor maneira. A leitura flui levemente e sempre te conduz a querer saber mais e mais do misterioso crime e de como funciona a brilhante mente de Sherlock. Nunca havia lido nada de Arthur Conan mas fiquei maravilhada com sua escrita tão rebuscada e ao mesmo tempo tão moderna e clara. Ele não é aquele tipo de escritor antigo que te causa sono e te confunde com uma linguagem de outra época. Você consegue entender tudo perfeitamente, há algumas palavras que não sabemos o que significam, mas nos sentimos instigados a conhecer seu significado. Adoro livros que me ensinam alguma coisa, fora que aumentar nosso vocabulário é sempre bom.

       A introdução do livro é narrada por Steven Moffat, um dos criadores da série Sherlock e nela ele conta por que é tão fascinado pelas histórias de Sherlock Holmes e por seu autor, isso só nos deixa mais entusiasmados para adentrar a leitura. O livro é dividido em duas partes. A parte um é o começo da amizade de Sherlock e Watson e as primeiras tentativas de resolução do crime. A parte dois começa contando uma história completamente diferente, com apenas alguns nomes conhecidos da parte anterior e somos apresentados a uma ótima história só que com ela vem junto aquele sentimento de: “aonde eu estou? Eu não estava lendo Sherlock?” Não desanime, depois tudo fará sentido. A resolução é muito bem bolada, e muito parecida com a da série.


       Por falar na série, o primeiro episódio é baseado nesse livro. As diferenças são poucas, mas as referências imensas. O título do episódio é Um estudo em pink e ele modernizou os fatos do livro. A carruagem foi substituída por um taxi na série e a figura feminina morta na série no livro é um homem. O livro me lembrou bastante o episódio especial de natal. Pois também temos John narrando (não sei se todos os livros do autor são assim) e várias das críticas sociais do episódio parecem ter vindo de alguém que leu esse livro e o analisou criticamente. No episódio John escreve seus contos sobre as aventuras com seu amigo Sherlock e a sra Hudson diz não gostar por que ela não é citada, e é isso que acontece no livro, em momento algum ela é citada como “Sra Hudson” mas sim como a “senhoria” que é totalmente descartável na trama. Algo muito criticado no episódio de natal.
       Um Estudo em Vermelho é um ótimo livro para aqueles que assim como eu não conhecem as obras de Arhur Conan Doyle pois há muita fluidez e aventura na leitura. Essa é uma obra rica de detalhes investigativos (há quase um passo a passo de como ser um investigador) e também é uma ótima pedida para aqueles que tiveram interesse por causa da série (assim como eu também hehe) fora que a capa é linda e tem Benedict e Martin. E acima de tudo ele é uma ótima introdução a esse gênero literário. 

Review O Resgate do Tigre


          Esse é o segundo livro da saga do tigre e o primeiro livro foi uma boa leitura apesar das mesmices, você pode ler meu review aqui: http://speakcinema.blogspot.com.br/2015/07/mli2015-maldicao-do-tigre.html
Nesse Kelsey volta para casa depois das aventuras místicas na índia e tenta viver uma vida normal sem Ren, Kishan e etc.. Ela passa o tempo com a família, vai para a faculdade, faz aulas de artes maciais, tem encontros com outros caras e etc... mas logo eles retornam para sua vida e as coisas complicam novamente fazendo com que Sr Kadam, Kishan e ela partam em mais uma aventura, só que dessa vez atrás de Ren que foi capturado por Lokesh.
        Demorei bastante tempo para terminar esse livro, confesso que estava bastante entediada. Principalmente depois da captura de Ren. Gosto muito de Ren mas nesse livro ele está so boring que dá vontade de desejar sua morte para que Kelsey fique logo com Kishan, que ao contrário do irmão está muito mais divertido e romântico, como era de supor. Na maior parte do livro a menina fica ao lado do tigre negro e a convivência aumenta os sentimentos dele e confunde os dela.  Você já viu isso em algum lugar né?
          Eu não queria comparar essa saga mais uma vez com a saga Crepúsculo como fiz na resenha do primeiro livro, mas é IMPOSSIVEL não fazer isso. A semelhança é tão forte e gritante que seria um pecado não a citar aqui. A autora usou a mesma construção narrativa da autora Stephanie Meyer. No primeiro o casal se conhece e se apaixona agora nesse o protagonista some dando brecha para que a terceira ponta do triangulo tenha a sua chance no coração da protagonista. Kelsey e Kishan são Jacob e Bella em Lua Nova. A única diferença é que Lua Nova foi um livro bom (pelo pouco que me lembro) um dos melhores e mais desenrolados da saga crepúsculo, mas O Regaste do Tigre foi totalmente arrastado e desanimador. No começo eu achei que a minha implicância era apenas por ambos serem praticamente iguais na sua premissa, mas depois fui vendo que nada estava me animando no livro, apenas com algumas ressalvas, como as partes que eles estão em momento de confronto (e só foram alguns realmente empolgantes) e as implicâncias do novo casal. Sr Kadam estava mais chato ainda com seus intermináveis relatos de guerras, lendas e Whatever e no começo Ren está mais edward do que nunca. Onde se viu deixar a namorada livre para sair em encontros e ver quem ela escolhe? Quanta estupidez! E mais uma vez temos um puritano. Ele tem medo do que pode acontecer durante o sexo e diz que não pretende fazer, provavelmente só farão quando se casarem (Não estou criticando esse tipo de sexo, ele é muito bonito, mas apenas quando tem uma causa coerente para isso acontecer) só não aposto que em algum momento ele deixará o caminho sexual livre para seu irmão ter “tigrinhos” com Kelsey (como Edward em certo momento no livro Amanhecer queria que Bella tivesse “cachorrinhos com Jacob) por causa do final. Final que por sinal foi a melhor coisa do livro. Gostei da mudança repentina. Mesmo que seja dolorosa para a protagonista. Gostei muito mais do novo Ren do fim do livro com o seu drama pessoal, do que o príncipe da Disney no começo do livro.

        O resgate do tigre não foi uma das minhas melhores leituras. Ele tem vários problemas e furos na trama, o vilão inclusive é fraquíssimo. Os pontos positivos são pouquíssimos, mas mesmo assim a autora Collen Houck dá um gancho no final do livro que nos faz querer saber a continuação da saga. Espero que essa reviravolta do final tenha sido o grito de esperança para que no próximo livro ela não continue com a formula “crespusculesca”. A sua escrita é tão jovial e interessante, tão rica de detalhes e lendas magnificas, (muitas vezes nos questionamos se aquelas histórias são verdadeiras ou criadas por ela, se forem criadas, ela tem uma mente fértil e magnifica) ela poderia muito bem imprimir seus próprios traços e criar um próprio universo longe de copias de outros livros.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Review Filme Naomi E Ely E A Lista Do Não Beijo


          Vi o filme sem a lembrança de que existia o livro dele. Escrito por Rachel Cohn e David Levithan esse é um livro que já tinha chamado a minha atenção pela capa que é muito cool e bonita, com um copo rosa estampado. Ainda não tive a oportunidade de ler o livro mas achei o filme bem divertido. Não sei se a narrativa do livro é tão agradável como o filme, talvez possa ser até mais, I don't know.
           O Filme mostra a amizade de Naomi e Ely (que é gay) amigos desde a infância eles não se desgrudam e para manter a amizade duradoura fazem uma lista de meninos que eles não podem beijar para não comprometer o relacionamento deles. As coisas começam a desandar quando Ely fica com um dos namorados de Naomi.

       Naomi é interpretada por Victoria Justice, que fazia Brilhante Victoria, uma série adolescente da Nickelodeon (tenho que confessar que assistia e gostava) ela ainda lembra a personagem da série, mas traz grande personalidade para Naomi que é bem mais ousada. Ela namora vários caras, fala besteira, dorme agarradinha com o amigo gay (kero) vai para a balada, bebe, usa roupas sensuais e etc.. Ela se joga na vida e não tem medo de parecer vulgar. Ely é a versão masculina dela, possui as mesmas características e também não tem medo de ousar no figurino, nas atitudes e com os caras. O ator que faz Ely é um gato e se chama Pierson Fode (sim e para melhorar ainda tem um sobrenome bem sugestivo hehe) apesar de novato ele possui um talento em desenvolvimento. Se saiu bem nas cenas dramáticas e elas começaram a surgir mais do que eu queria.


        Da metade para o final quando ocorre o climax do filme as cenas dramáticas começam a surgir e deixar o filme mais cabisbaixo e elas foram bem depreciativas para mim por motivos pessoais e por tocar tão profundamente no assunto “amizade”, mas nada que um final coerente, com uma ótima mensagem e um começo animado não possam sarar.
             Esse é aquele típico filme adolescente que não tem nada de genial. Não tem roteiro e direção impecável e não tem atuações brilhantes (mesmo com a brilhante victoria e sua boa atuação ao lado da também boa atuação de Fode, hummm ;) ) conta também com a participação divertida de Monique Coleman (High School Musical) e a participação bem romântica do lindo do Mathew Daddario (Shadowhunters) confesso que assisti ao filme para admirar mais um pouco da beleza dele, até admirei bastante mas quem acabou me encantando mais foi o Fode (hummm, parei) as vezes nós cinéfilos podemos nos dar ao luxo de assistir um filme bobinho só por diversão (e por caras bonitos também, como foi o caso) não é pecado cinematográfico nenhum e alguns deles acabam nos fazendo bem. Como esse que tem poucas qualidades técnicas, mas bons momentos. 

Review Filme A 5° Onda


          Sem grandes inovações chega aos cinemas mais uma distopia adolescente. A 5° onda mais parece com um romance que usa a invasão alienígena como plano de fundo. Adaptado do livro de mesmo nome o filme tem como personagem principal Cassie, uma estudante normal interpretada pela fofa da Chloe Moretz que vê a terra sendo invadida aos poucos por seres alienígenas que estão lá simplesmente para pegar coisas essenciais da terra. Tudo começa com a 1° onda que é a falta de eletricidade, a 2° onda é um tsunami que acaba com boa parte da população do planeta, a 3° onda é um vírus transmitido pelos pássaros, a 4° onda são os alienígenas infiltrados em corpos humanos e a 5° onda é provavelmente o fim da humanidade e a espera por ela traz um clima tenso que permanece até o final do filme e a descoberta do que ela é.
          Para combater os extraterrestres o exército passa a recrutar crianças e jovens para lutarem nas guerras contra “os outros” como são conhecidos no filme. “Zumbi” Nick Robinson (Jurassic World) é um dos protagonistas da trama e é a paixão platônica de Cassie, ele é recrutado pelo exército e lá passa pelos treinamentos, junto com o irmãozinho de Cassie, de quem ela está a procura já que eles acabam se separando num certo momento (maldito ursinho) o filme é dividido entre a luta pela sobrevivência de Cassie e de Zumbi.
            A 5° onda vem no ritmo das demais adaptações, mas ao contrário das outras o filme não inova em nenhum momento. Algumas falas são até interessantes por tocar na ferida do homem que não protege seu planeta e não cuida dos recursos que tem, a melhor delas é o diálogo entre Zumbi e o comandante interpretado por Liev Schreiber. Mas todos os outros elementos trabalham em cima de um turbilhão de clichês. O filme tem o triangulo amoroso, (meio diferente pois um dos meninos não está apaixonado pela protagonista) tem a menina que antes era indefesa, mas devido as circunstancias vira badass e o livro/ filme a coloca como heroína, crianças e jovens morrendo em uma guerra e tem é claro a luta pelo ente querido. Quantas vezes você já viu isso em menos de dois anos?


          Os atores definitivamente não estão em seus melhores momentos nesse filme. Nenhum se destaca e todos interpretam de forma bem mediana. Até Chloe que é uma boa atriz (Não é excelente, seu encanto é mais pelo carisma de seus personagens tão queridos) está totalmente apática e não impressiona como heroína em momento algum. Saudades hit girl! Nick é apenas um rostinho bonito, que ainda não mostrou ao que veio, assim como em Jurassic World ele está muito fraco. Alex Roe que faz Evan, a outra ponta do triangulo também impressiona somente pela beleza. Foi muito engraçado quando ele surgiu em cena e as meninas no cinema ficaram todas alvoroçadas. Maria Bello faz uma comandante durona e também não se destaca e surge esquisita, meio enrugada, somo se tivesse envelhecido uns 30 anos. Coitada ela não consegue destaque em nenhum trabalho que faça. E tem a melhor atuação do filme a cargo da atriz Maika Monroe que faz a Ringer, outra personagem Badass (só que ela bem mais que a Cassie) quando ela surgiu em cena não pude deixar de compara-la com a Johanna de Jogos Vorazes. A composição da personagem é idêntica. O jeito durona, desbocada e que não se importa com a opinião dos outros torna as duas idênticas, além do visual também. Para piorar assisti dublado e a dubladora de ambas são a mesma.
         A 5° onda até entretém em alguns momentos, mas ainda possui muitas falhas.  Como o roteiro mal desenvolvido que pesca para o lado errado e chato da trama (nesse caso o romance da mocinha com Evan) trazendo falas clichês do tipo: “eu mudei por amor a você” fotografia que não encanta, um efeito ou outro legal (acho que só o da onda mesmo) e direção relaxada. O filme é uma mistura de guerra dos mundos, Distrito nove (não posso falar o porque, pois, é spoiler) e tantos outros filmes de Ets misturados aos filmes de franquias adolescentes como Jogos Vorazes e Maze Runner. Acho que o fato das críticas serem tão negativas é que o público já cansou da mesma formula.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Maratona Literária De Carnaval 2016

Hi guys! Aqui estou eu para falar com vocês sobre mais um desafio literário que estou participando. Esse é o segundo do mês de Fevereiro, o primeiro é esse aqui: Fevereiro Rereads que tenho que confessar a vocês que ainda não comecei a reler o ÚNICO livro desse desafio, ainda estou presa em um que parece que não termina nunca e que em breve trarei review para vocês. Então esse acho que só começarei depois dessa Maratona de carnaval. A maratona começa no dia 06/02 e vai até o dia 10/02 ou seja ela acontecerá no feriadão de carnaval o que é ótimo para pessoas assim como eu que não são foliões. Quem está realizando ela são os blogs Nuvem Literária e Pronome Interrogativo

Agora conheçam minha TBR:


Esses são os meus livros escolhidos e lembrando que tem algumas regras de leitura que não são obrigatórias (pois o objetivo é simplesmente ler mais) mas são legais de serem cumpridas, esses livros se encaixam nas seguintes:

Comece ou termine uma série/ Um livro que tem mais de 1 ano na estante: Sherlock: Um Estudo em Vermelho

Esse vale para duas categorias e na primeira talvez esse livro não se encaixe nesse quesito, mas dos que eu tinha esse foi o mais aproximado e há vários livros de Sherlock então acho que mereço um desconto né? hehe

Um livro que todo mundo leu menos você: Psicose

Esse é praticamente um clássico, tem filme e série adaptada. Todo mundo já leu e fez resenha menos eu :(

Um livro de um autor(a) que você nunca leu/ Um Clássico do gênero que você desejar: Orgulho e Preconceito.

Nestas duas categorias eu estou me redimindo como leitora pecadora pois nunca li nenhum livro da Jane Austen, já passou da hora de começar logo e isso que farei.

Em breve farei reviews desses livros para vocês e me acompanhem no twitter para saber do andamento dela: @speak_cinema

Para participar também é só seguir os blogs das criadoras da maratona, participar do grupo no facebook: Maratona Literária de Carnaval (Lá preencher um formulário) e usar a hashtag no twitter: #MLCarnaval