quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Review filme The Big Sick


          The big Sick, que no Brasil terá o titulo de Doentes de amor (pois é) e será exibido no festival do Rio, um festival de cinema muito importante que acontece por aqui, é um filme que foi escrito pelo Kumail Nanjiani (que protagoniza o filme) e pela escritora Emily V. Gordon.       Eles são casados na vida real e esse filme é a história de amor dos dois.
           Kumail (que mantém seu nome no personagem) é um comediante de Stand up que está buscando a fama nos palcos, e em um dos seus shows ele conhece Emily, uma menina que está na plateia, eles se apaixonam e enfrentam certas dificuldades depois.
            A sinopse do filme não é muito esclarecedora quanto ao que realmente acontece no filme e não direi para não estragar a surpresa, ou mesmo, para não causar desanimo em alguns que estão cansados de filmes desse tipo. Mas o titulo dá uma pista do que virá. O que a sinopse aponta é para diferenças culturais e isso acontece sim. O protagonista é indiano e sua família tem certas tradições, como separar um tempo do dia para a oração deles (coisa que Kumail finge que faz, mas não faz) e a mãe fica tentando empurrar mulheres para ele, para que ele possa se casar, o que ele também tenta fugir. Uma dessas mulheres é interpretada pela atriz Vella Lovell que faz a Heather na série Crazy Ex Girlfriend.
            Em certo momento Emily descobre sobre essas mulheres e o relacionamento deles começa a ruir. O roteiro é muito simples, ele não relata uma história incrível de amor, com cenas de beijo na chuva, declarações de amor grandiosas e nada do tipo, a declaração de amor implícita aqui é a permanência, é a luta pelo outro, é não saber se o outro sente a mesma coisa, mas mesmo assim estar presente e ao mesmo tempo respeitando o espaço dele. É algo singelo, porém bonito e bem escrito. 


           Os pais de Emily são interpretados pela Holly Hunter, que está ótima como a mãe dedicada e preocupada, ela vai da calmaria à histeria com muita linearidade, graças a avalanche de emoções que está vivendo no momento, e seu pai pelo Ray Romano, que é conhecido pelos seus papéis em comédias, mas tem uma carga dramática equilibrada e convincente aqui. Eles têm um tempo muito grande em tela (até mais do que a própria Emily) e vão criando aos poucos uma relação de família com Kumail.
              A atriz Zoe Kazan é quem interpreta a Emily e sua atuação aqui é bem parecida com o que ela fez em seu filme The F world com o Daniel Radcliffe, apesar das personagens serem diferentes. Ela não é uma atriz grandiosa, mas tem uma atuação bem ponderada, nos fazendo rir e chorar em algumas cenas. No final há cenas que Emily parece ser ingrata e esnobe, mas ai temos que nos lembrar de que ela não sabia dos sacrifícios feitos pelo seu par romântico.
          The Big Sick é um filme da produtora de Judd Apatow (diretor de Ligeiramente grávidos, missão madrinha de casamento e etc..) e que tem 98% de aprovação no Rotten (um dos motivos pelos quais quis muito assistir) e virou um sucesso hipster instantâneo. Ele não está carregado daquele humor a La Apatow, na verdade são poucos os momentos que você ri de verdade, o humor é representado pelos amigos de Stand Up do protagonista, a série pesa mais para o drama, ele tem o tom da série Master of none (onde também tem um indiano como protagonista). Seu plot que acontece na metade do filme pode soar desanimador, mas desistir por causa disso é uma decisão bem equivocada, pois esse é um excelente filme mesmo em sua simplicidade.

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