terça-feira, 4 de julho de 2017

O adeus a Sense8


              Falta de dinheiro para um orçamento gigantesco, falta de publico, ousadia nas cenas... os motivos para o cancelamento da série são muitos e nenhum dos responsáveis pela netflix respondem com clareza o que na verdade aconteceu. Os fãs estão revoltados, mas também não há nada do que eles podem fazer, parece que é irreversível, nenhum abaixo assinado fará com que eles voltem atrás, mas pelo menos eles farão um episódio de duas horas para encerrar os trabalhos. Apesar de continuar gostando da série e de ficar triste por ela ter terminado com ganchos enormes para uma próxima temporada, eu particularmente não conseguia enxergar um futuro para Sense8.
           A premissa básica é a de oito pessoas que nasceram no mesmo dia estarem conectadas e nessa 2° temporada eles continuam fugindo daqueles que os perseguem.
                 Sense8 tem uma fotografia linda e personagens bem representativos, trata a sexualidade com naturalidade e não tem medo de ousar com cenas escancaradas de sexo, inclusive as surubas clássicas da série, porém ela tem um grande problema de roteiro. Principalmente em relação aos vilões, o susurro e o outro grupo sense8 que surge nessa 2° temporada são desconexos e entediantes. A chefona deles que dá em cima do Wolfgang tem até um poder interessante, mas é aquela típica personagem chata que só sabe provocar.
               O estado de Will nessa temporada também dá nos nervos. Até dá para entender o motivo de ele usar as drogas, ele queria aliviar a dor, o sofrimento, a perseguição e etc... Mas ver um personagem que na 1° temporada era tão saudável e responsável e agora está assim é muito triste. Ainda mais que Riley só ajuda a afunda-lo ainda mais, não me venha dizer que aquilo era um tipo de apoio a ele.
                  Will e Sun são os que enfrentam os problemas mais graves nessa temporada e consequentemente os atores que os interpretam são os que têm as melhores atuações também. De restante temos um elenco com atuação bem mediana.


            A vingança de Sun foi uma das melhores historias. Ela na cadeia e depois perseguindo seu irmão. Esse núcleo durante o penúltimo episódio foi digno de um ótimo filme de ação e perseguição e ela é sim a melhor personagem da série.  
           Enquanto nos outros núcleos tivemos coisas mais desinteressantes como a perseguição de Nomi pelos agentes, Kala não sabendo se continua ou não seu casamento por causa dos sentimentos pelo Wolfgang (porém a cena onde eles “transam” é magnífica. Sexy e muito bem executada) Capheus sofrendo perseguição na política e Lito tentando lidar com as inseguranças de sua profissão, já que agora se assumiu gay. (um tema delicado e que foi bem debatido mesmo não contando nenhuma novidade) 
                    A 2° temporada de sense8 mantém o nível da 1° temporada. Nenhuma obra prima televisiva, mas também não é uma série ruim. As irmãs Wachowski não trabalharam juntas nessa 2°, até porque Lilly estava em seu processo de transição de gênero, o que diminuiu um pouco a força na direção, mas Lana com sua equipe e com todos os pesares não deixou a peteca cair e acertou em muitos aspectos. Talvez se a netflix tivesse prolongado a série ela ficaria cansativa e perderia a metade de seu publico, pois alguns episódios dessa temporada foram assim, o que salvava eram os episódios bons intercalados. 
                   A série foi corajosa e ousada, fez coisas que nenhuma outra teve coragem de fazer, mostrou personagens reais que nunca foram retratados, e com tanta espontaneidade. Tratou da sexualidade muito naturalmente e inovou na forma de filmar em outros países e não com uma tela verde atrás, tocou em feridas e nos fez quebrar preconceitos. É por isso tudo (e pelos ganchos enormes deixados no ultimo episódio) que sempre haverá uma esperança de uma volta definitiva e mesmo que não aconteça ela sempre terá um espaço na nossa lista de séries queridas graças ao elenco, as cenas icônicas (seja de ação ou de sexo) e claro o hino Whats up.



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