segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Review série Westworld


        Desde o começo Westworld estava sendo vendida como algo grande e como a sucessora de Game Of Thrones já que ela vai para sua ultima temporada, portando a aposta era alta, ainda bem que ganharam essa aposta, ela é uma das melhores séries do ano e é recheada de metáforas, filosofia, referencias e frases clássicas.
           Westworld é uma série de Jonathan Nolan (irmão de Christopher Nolan) e produzida pelo JJ Abrams, ela é baseada no filme de mesmo nome lançado em 1973, a história se passa no futuro onde a tecnologia está bem avançada, mas principalmente em um parque temático denominado de Westworld, nele há androides que são denominados de anfitriões e pessoas ricas que pagam para ir para esse mundo e fazer o que quiserem lá sem medo de retaliações.

          A protagonista é Dolores vivida pela atriz Evan Rachel Wood que nunca esteve tão bem em sua carreira, ela é uma androide bela e recatada (só não é do lar por que não é casada) que vive uma “vida” singela ao lado dos pais, só que no primeiro episódio já percebe-se que aquela personagem não será uma “mosquinha morta” para sempre (principalmente pela morte de outra mosquinha no final desse episódio) e ela cresce muito durante toda temporada, ela começa a pensar por si mesma, questionar tudo ao seu redor e ela mesma, e parte em uma aventura em busca desse autoconhecimento. As cenas em que Evan está sendo avaliada por Bernard é como se ela fosse verdadeiramente um androide, a atriz consegue ser inexpressiva para esses momentos e totalmente expressiva quando confronta alguém, ela faz tudo pontualmente, tanto que ganhou com Critic’s Choice Awards e está indicada ao Globo de ouro como melhor atriz.
         Outra que teve um grande destaque na série e quase roubou o protagonismo de Evan (se não fosse às cenas de Dolores no episódio final) foi a Thandie Newton como a Maeve. Desde o começo ela já era durona, mas era só uma cafetina qualquer no saloon de Westworld, mas ao decorrer dos episódios ela vai ganhando uma importância cada vez maior. Thandie assusta como o androide autossuficiente, o jeito maquiavélico que ela trama as coisas e vai adquirindo inteligência é assustador e admirável ao mesmo tempo, no fim você está temendo e torcendo por ela.
     As mulheres dominam a série, algo que vem acontecendo com frequência nas produções da HBO, a própria Game of Thrones é a prova disso, até mesmo as personagens menores de Westworld se destacam, mas os homens também estão muito bem.

          Anthony Hopkins é o monstro do cinema e aqui ele se consolida como monstro da TV também, o cara é excelente em tudo que ele faz e tudo ele faz com perfeição, aqui ele está vulnerável e onipotente ao mesmo tempo e os efeitos especiais utilizados para rejuvenescer ele estão incríveis, merecia muito ter sido indicado ao Globo de ouro, assim como o dono de um dos maiores plots da série, o ator Jeffrey Wright (de Jogos Vorazes – Em Chamas) ele é aquele criado que admira mas desconfia do caráter de seu “empregador” 


          Outros que estão ótimos são o ator James Marsden, figurinha carimbada em filmes de comédia romântica, mas aqui se sai bem como ator dramático, não chega ao patamar dos outros, mas surpreende em comparação aos seus trabalhos anteriores. O gato Ben Barnes (de As crônicas de nárnia) também atua muito bem com seu personagem egocêntrico e mau caráter, o nosso querido ator brasileiro Rodrigo Santoro que está ótimo como o bad Guy, assim como charmoso e sedutor também, pelas redes sociais deu para perceber que as gringas foram a loucura. Jimmi Simpson (Abraham Lincoln -  caçadores de vampiros) tem um papel extremamente importante na série (no final comprovamos essa importância) e ele cumpre bem com sua função, mas nem sua boa atuação é suficiente para adquirirmos empatia por ele, tanto que quando há a grande revelação final o choque é grande, mas não maior da forma que gostaríamos, é como se nosso subconsciente já estivesse nos preparando para o que estava por vir. Outro que está ótimo é Ed Harris como o homem de preto, mas não sabemos se esse ótimo é pela atuação dele em si ou pela composição do personagem que traz uma áurea de mistério e maldade, o tornando um grande atrativo. Interessante também é ver como o personagem chegou ao ponto de se tornar o homem ruim e sem remorso que ele é.
          Através do parque de Westworld e do mini labirinto dado a Dolores a série levanta muitas questões, dentre elas uma muito atual que a gente se pega nos questionando: “se pudéssemos fazer o que quiser sem risco de punição em um determinado ambiente, o que nos tornaríamos? ” estaríamos lidando com androides avançados e humanizados, será que teríamos coragem de fazer as maiores atrocidades com eles? A consciência pesaria? A série filosofa sobre isso, sobre quem realmente somos (ou achamos que somos) e sobre a nossa natureza obscura. Assim como flerta com a questão do “encontrar a si mesmo” que sempre foi o objetivo de Dolores.
           Confesso que Westworld não me fisgou de imediato, demorou alguns episódios para que eu criasse um vinculo com a série. é claro que alguns detalhes técnicos encheram meus olhos desde o começo como a abertura, a trilha sonora, a fotografia, o belo figurino, o roteiro, os efeitos visuais e até a maquiagem usada para transformar os atores em anfitriões e claro as belas atuações, pena que o ator que fez o pai de Dolores nos primeiros episódios não é recorrente na série, o dialogo dele com Anthony no primeiro episódio é brilhante, naquela cena ele conseguiu se destacar mais do que o próprio interprete do Hannibal Lecter, provando sua grande habilidade de atuação. A série dá um show nesse quesito. E claro nos questionamentos levantados de forma tão sutil. Mesmo que os primeiros episódios pareçam repetitivos prestem bastante atenção em cada detalhe, tudo vai fazer sentido no final. E a mensagem que tomei para mim é sejam anfitriões ou recém-chegados, no fim o que mais queremos é nos encontrar como pessoas #SomosTodosDolores rs

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