quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Review 1° temporada de Black Mirror


          Black Mirror começou como um vento silencioso, mas que depois se tornou um furacão. Em um instante estavam todos assistindo e comentando sobre essa série com episódios tão perturbadores e controversos.
          Ela é uma série britânica criada por Chalie Brooker e está agora em sua 3° temporada e cada episódio é uma espécie de pequeno filme, pois aborda histórias diferentes e o elenco também é diferente e cada episódio fala sobre as consequências da tecnologia.

               Séries antológicas não me apetecem muito, as que abordam temas tecnológicos principalmente (não sei como gosto tanto de Mr Robot) mas ela me fisgou pelo tema “crítica social” que não posso negar que adoro, e por isso finalmente comecei a assisti-la. 



Eu a assisti em sequência e a primeira temporada foi consumida de uma tacada só. E ela já começa com o episódio mais famoso da série, o do porco, que eu achei que fosse o que mais me impactaria, pelo menos dessa primeira temporada, mas não foi, apesar de que tenho consciência da sua importância, ainda mais atualmente onde estamos vivendo uma época que todos querem falar sobre política (mesmo sem saber nada sobre o assunto) o que aconteceu no episódio é algo muito acessível, um desses loucos na internet podem muito bem levar uma figura pública a cometer uma atrocidade dessas em rede internacional e a pessoa pensando em si mesma e em seu status pode realizar o pedido dele. Nesse episódio vemos pessoas egoístas que só enxergam a si mesmas, que por mais que se esforcem em parecer solidários com a dor dos outros (na dor da porquinha ninguém pensou) só querem promover suas carreiras. E com a internet a tiracolo, os destruindo e ao mesmo tempo os favorecendo.


O 2° episódio foi o meu preferido, demora a entendermos como aquele mundo onde os personagens estão inseridos funciona, e esse é uma distopia muito bem pensada, algo que se assemelha a um jogo, onde tudo que você faz acumula pontos para que você tenha acesso ao que consome. Todos eles usam um uniforme cinza e parecem deprimidos naquele confinamento, depressão que ultrapassa a tela e atinge a quem assiste, há poucas chances de mudança de vida e uma delas é um reality show. Uma escapatória para muita gente na vida real, afinal ganhamos mal em empregos ordinários, quem não gostaria do estrelato e da fama como uma catapulta para o dinheiro, o bem-estar e a liberdade. Liberdade de um emprego miserável, de poucas oportunidades de vida e a mais procurada... liberdade da solidão. E com o final do episódio vemos que por mais que tentemos burlar o sistema ele sempre nos puxa de volta ao apresentar algo atrativo aos nossos olhos. O casal protagonista tem uma excelente atuação, a personagem é a personificação do que a indústria televisiva faz com as mulheres, por mais talento que se tenha os chefões e a audiência quer um produto sexual, a beleza dela era algo muito mais valioso do que suas cordas vocais, a indústria dopa e ilude muitas meninas por aí. E o rapaz que era encarregado de ajuda-la também cai nessas garras, ele que era para ser um super-herói se transforma em um “youtuber” cheio de opinião, raiva e superficialidade.... Como alguns que tem por ai. Esse episódio é um tiro para os mais jovens.


O 3° também é sensacional, inclusive o Sr Robert Downey Jr quer transforma-lo em filme. Esse fala diretamente com os casais e aborda a dinâmica dos relacionamentos de hoje em dia pautados no ciúme e na desconfiança. Nele é apresentado uma nova tecnologia onde é possível revisitar memorias passadas e com isso os personagens ficam voltando para momentos anteriores de suas vidas na intenção de descobrir as coisas. O charmoso e ótimo protagonista fica tentando desvendar gestos, palavras e ações de sua esposa para saber se ela o trai e com isso começa a ficar paranoico. Com esse episódio a série faz um paralelo com os relacionamentos de hoje em dia, onde um fica tentando achar os “podres” do outro nas redes sociais e fazem uma caçada obsessiva por qualquer rastro de traição. Conheço muitos casais do tipo onde eles têm as senhas do outro e todos os dias entram no facebook do parceiro (a) para ver se ele (a) conversou com alguém, fuxicou o facebook de alguém ou curtiu a foto de alguém que eles não aprovam. E mesmo que o resultado não seja o mesmo do casal do episódio essa busca desenfreada e acusatória pode levar as pessoas a supor coisas que nem são verdadeiras, tem um velho ditado que diz: “Quem procura acha” eu complemento com: “Quem procura acha, ou, acha que achou alguma coisa” repensem seus relacionamentos abusivos.
          Verei as próximas temporadas e trarei o veredicto, só sei que se elas manterem o nível de criatividade e criticidade dessa estarei muito satisfeita. 

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