segunda-feira, 27 de abril de 2015

Review Unbreakable Kimmy Schmidt


       Unbreakable Kimmy Schmidt é mais uma ótima série da certeira Netflix que está virando referência de bom conteúdo. Essas produções originais nos fazem ver o quanto diferentes meios midiáticos podem obter sucesso. A Netflix está investindo pesado em materiais de qualidade e sua margem de erro é pouquíssima. Só é uma pena que está excelente série não tenha gerado o burburinho de outras como House of cards, Orange is the new Black e agora O demolidor (que já está na minha lista para começar a assistir)
Mas quando lançada os assinantes do canal ficaram empolgados e vários deles começaram a assistir e aprovar. O barulho apenas não alcançou os de fora que não possuem netflix. (Sim isso ainda existe e eles estão por aí em algum lugar)
       A série começa quando Kimmy e suas “roommates” são encontradas e libertadas de um abrigo onde ficaram por 15 anos. Lá elas eram induzidas por um fanático religioso a acreditar que o mundo havia acabado. Após se verem livres, cada uma segue seu rumo e Kimmy escolhe viver em New York (sabia escolha) lá ela se depara com um mundo completamente diferente e aos poucos ela precisa reaprender a viver e se adaptar. A Sinopse pode parecer um flashback de alguma comédia romântica que você já tenha visto por aí, mas aos poucos a série vai se aprofundando.
       Kimmy é interpretada por Ellie Kemper (The Office) que vive uma personagem ingênua como a sua personagem de Missão madrinha de casamento. Porém sua inocência é justificável, afinal ela não conhece o mundo no qual está. Mas se engana quem pensa que ela é burra, pode até se confundir de início, mas logo capta a mensagem.

       Kimmy é mais uma variante da tolinha fofa, como a Jess de new girl. Kimmy é elétrica, determinada e muito divertida. Ellie está maravilhosa no papel, ela lacraria o show se não fosse Titus (Tituss Burgess) seu melhor (recém) amigo gay que a acolhe. Titus é a diva que você quer imitar, com uma atuação espontânea e bem-humorada, ele é divino em todas as suas cenas. Além de ter uma voz incrível. Titus sempre mostra seu talento vocal durante a série onde ele almeja ser ator e cantor da broadway. Kimmy o encoraja a seguir seus sonhos desde o 1° episódio quando ele pretende abandonar a carreira e ela tenta o consolar dizendo que um dia ele cantará no Grammy com a Whitney Houston e o Michael Jackson. Péssimos exemplos, mas ok... 


       Todos os personagens da série são ótimos, a senhoria de titus e Kimmy a sra Lilian ( Carol Kane) é uma coroa maluca que se mete nas confusões dos dois e acaba por piorar tudo, a patroa de Kimmy, Jacqueline interpretada pela hilária Jane Krakowski, as meninas do abrigo chamadas de toupeiras, o padrasto de Kimmy e todas as participações especiais são excelentes, principalmente a de John Hamm que surge no penúltimo episódio como o reverendo fanático totalmente fora da caixinha, ele mostra uma faceta cômica nunca antes vista. Continua bonito só que mais engraçado dessa vez. Os únicos que deixaram a desejar foram os filhos de Jane, a malcriada e o pestinha. Mas eles são café com leite perto de comediantes de peso.
       A série é escrita por Tina fey e Robert Carlock, por isso você sabe que não encontrará um texto fácil e mastigado com piadas prontas e bordões. Tina faz uma participação como uma advogada pirada e inexperiente. O humor é acido e sarcástico, é preciso estar afiado para entender as piadas, talvez seja esse o motivo dela não ser um estrondoso sucesso. Ela é o típico humor rebuscado americano, coisa que muitos brasileiros torcem o nariz. A série brinca com vários estereótipos, absolutamente todos estão presentes ao decorrer dos episódios e nada é ofensivo ou vulgar. Cada episódio é intitulado com uma nova descoberta de Kimmy. E aos poucos vamos a conhecendo e vendo ela se conhecer. As descobertas amorosas e das novas tecnologias também não poderiam faltar, assim como as referencias a filmes e séries. Como quando eles dançam no central park ao som de uma versão nova da abertura de friends na suposta fonte onde foi gravado a mesma.
       Unbreakable Kimmy é algo que faltava na cena televisiva agora que séries como The Office acabaram. Até a abertura é original e um misto de engraçada com confusa assim como a própria protagonista. A segunda temporada já foi encomendada e os órfãos como eu da protagonista ruiva, não vê a hora de reencontra-lá. 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Review Velozes e Furiosos 7


       Velozes e furiosos é quase uma franquia dividida em duas partes. Os primeiros filmes eram basicamente sobre as corridas de ruas e a inserção de Brian O’conner neste mundo clandestino, por que até então no primeiro filme ele era um policial infiltrado na gangue veloz e furiosa de Dominic Toretto. Após a derrapada que foi Velozes e furiosos – desafio em Tóquio, os filmes começaram a ter enredos diferentes. As corridas ficaram em segundo plano e agora eles tinham em mãos roteiros diferentes para explorar. Nada brilhante, apenas a velha perseguição de sempre contra o grupo de ladrões. Eram vilões contra anti-heróis, que sempre tem um plano em mãos onde os carros tonados são a atração principal, as corridas estão lá, só não são as protagonistas e isso foi um pontapé inicial para que a os filmes tivessem grandes bilheterias e arrebatasse fãs fiéis pelo mundo todo. Eles deram uma turbinada na trama, nas cenas de ação e deu uma base para tudo, a tal “família” que eles tanto enfatizam.
       Chegamos ao sétimo filme com todos os integrantes oficiais da trupe. Dominic (Vin diesel) o boss, Letty (Michelle rodrigues) a mulher mais cheia de testosterona de toda e qualquer franquia, Brian (Paul walker) que graças a seu trágico acidente não terminou o filme, Mia Toretto (Jordana Brewster) a esposa de Brian, Roman pearce (Tyrese Gibson) o Piadista, Tej (Ludacris) o nerd e com a volta de Luke hobbs (Dwayne Johnson, que pra mim vai ser pra sempre The rock) e novos rostos conhecidos de outros filmes onde interpretaram durões, como o Jason statham, o Kurt russell e Djimon Hounsou.
       Todos estão de volta para enfrentar mais perseguições, dessa vez por parte do personagem de Statham que pretende vingar a morte do irmão no filme anterior interpretado por Luke evans. Este capitulo é melhor em alguns aspectos, apesar da premissa repetitiva ele amarra as pontas soltas dos filmes anteriores, ele segue uma linha e até quem não viu os outros consegue entender o que se passa. Ele volta no filme anterior, dá marcha ré no de Tóquio e volta para o filme atual. Você não se perde e não se culpa por não se lembrar dos outros filmes você apenas se delicia com as cenas de luta, o mano a mano que acontece são os melhores, tanto o do Dwayne vs statham quanto o da Michelle enfrentando Ronda Rousey, uma lutadora parruda que parece recém-saída do ring de MMA. Outro ponto positivo foi a homenagem ao Paul walker que além de merecida e necessária também foi na medida certa. Sem exagerar e sem se conter muito. É claro que o sentimento de melancolia é presente por todo filme até por que você já sabe o que está por vir e quando toca See you again do Whiz khalifa é o momento certo para se entregar a emoção. Os fãs certamente devem ficar emocionados. 


       Saindo das partes emocionantes e falando das partes técnicas, Velozes 7 poderia ter se policiado em alguns aspectos. Enquanto nos outros eles tinham um destino especifico, nesse eles pulam de lugar em lugar, podendo confundir, eles vão de Tóquio a Los Angeles, dando uma parada no Oriente médio da ostentação. É lá que se mostra provavelmente o carro mais sensacional de todos os filmes e o que eles fazem com ele? Destroem! Além de fazê-lo voar pelos prédios luxuosos das arábias. Neste eles aderiram a ideia de ter carros voadores, pois em outra cena eles saltam de paraquedas com os carrões. Não posso criticar as cenas absurdas de ação do filme até por que elas são a atração principal, além das mulheres com a bunda de fora sob as saias minúsculas, dessa vez em closes 3D pra felicidade dos marmanjos, além da Michelle toda trabalhada no vestido chique vermelho mostrando as curvas (e nem assim ela fica feminina) mas voltando as cenas de ação...elas se tornam cansativas quando se tem 2 hrs e 40 minutos de filme. Este é o mais longo da franquia e muitos botaram a culpa na homenagem ao paul, que por sinal não dura nem 20 minutos. Não há razão para se estender um filme pobre de história como velozes, as cenas de perseguição e combate são boas, mas caem no tédio quando são longas demais. O elenco é mais do mesmo no quesito atuação, nada de excecional como sempre, o próprio paul parece estar no piloto automático, mesmo mostrando sua nova faceta de pai e dirigindo uma minivan, algo mais clichê do que as falas mal desenvolvidas de Toretto. Bordões que não impactam e causam certa vergonha alheia (mais do que o próprio Vin diesel cantando nas entrevistas)

       Velozes e furiosos não foi feito para que analisemos profundamente. É mais um filme para se divertir e não levar a sério. Dar uma pausa dos filmes mais complexos. Este é um capitulo a parte pois trata mais da morte de seu protagonista. A todo momento se vê uma discreta homenagem, mesmo antes da morte dele, parecia um pressagio. A cena no cemitério, o telefonema com Mia, tudo muito impressionante de ver depois do acontecido. As cenas com os irmãos de Paul não são tão perceptíveis, a que ele é substituído por uma versão vídeo game dele é mais na cara do que a com seus irmãos. Talvez pela semelhança entre eles. Porém dá para sentir falta do ator no momento certo de sua saída que foi bem para o final do filme. Ainda hoje é irônico lembrar que Paul morreu fazendo o mesmo que faz em velozes. E triste também saber que esta é a última vez que o veremos no cinema.

sábado, 11 de abril de 2015

Review Cinderela


       A nova onda (do imperador rs) da Disney é repaginar totalmente os contos de fadas. Os desenhos clássicos que tanto amávamos tomam uma nova roupagem, como Malévola, branca de neve e o caçador e Alice no país das maravilhas por exemplo onde as frágeis princesas se tornaram corajosas guerreiras e o caso de malévola onde o foco foi a vilã e não a bela adormecida. E também tivemos uma nova leva de princesas nesse mesmo molde das mais velhinhas, como foi o caso de Frozen e Valente.
       É claro que toda essa bravura e autossuficiência assustou de início. Principalmente aos pais das crianças que cresceram assistindo donzelas em perigo do technicolor. Este estranhamento foi breve e diante do movimento feminista que ganhou uma força esmagadora rapidamente nos adaptamos aos novos contos.
Mas ai surge Cinderela que nos coloca num Delorean disfarçado de carruagem de abobora e nos remete a 1950, quando foi lançada a animação mais famosa da Disney e onde fomos apresentados a uma menina boazinha e de coração puro. Esta nova Cinderela é praticamente a antiga. Desta vez não há armaduras, não há espadas, não há qualquer arma, não há bravura e nem respostas na ponta da língua, apenas um Não discreto no final do filme dosado com pequenas gotas de coragem. Isto por que a frase tema do filme e que é repetida um milhão de vezes pela protagonista é: seja corajosa e gentil. E apesar dela praticar mais a gentileza do que a coragem o filme é uma espécie de break revigorante dos contos de fadas.
       A história é a mesma, apenas o nome da princesa é diferente, Ella perde a mãe quando criança (interpretada por Hayley atwell, a agente Carter, irreconhecível loura) e quando cresce dá apoio ao pai para se casar com uma mulher bonita e elegante. porém com o tempo descobre quem ela é, alguém cruel e ambiciosa e de brinde vêm as irmãs feias e invejosas. A madrasta é interpretada por Cate Blanchett, que tem um olhar tão poderoso e maléfico que faz qualquer um teme-la. Até a risada maligna adicionada é fabulosa, sem cair no ridículo. Cate é excelente em tudo o que faz mas seu ponto fortíssimo é realmente interpretando vilãs. Ela poderia ter roubado a cena se não fosse a doçura e a classe de Lily James (Downton abbey) que foi uma escolha acertada para a doçura clássica de Cinderela. Apesar de bobinha ela não chega a dar nos nervos. Pelo contrário, é fácil se pegar suspirando por ela, seja homem ou mulher. Ela é de um nível ideal de fofura, sem falar na elegância.

       A química com o príncipe ficou evidente na primeira cena deles juntos na floresta. Ele foi interpretado pelo lindo do Richard Madden (o Rob stark de Game of thrones) que traz um personagem diferente do que vimos na série, um verdadeiro príncipe encantado que consegue se expressar bem nas cenas de drama e divertir nas engraçadas, alem de despertar olhares apaixonados. Os olhos azuis ficam em total evidencia já que em GOT a escuridão dos reinos os esconde. O curioso é que ambos os protagonistas pertencem a séries badaladas.


       Helena Boham Carter narra e interpreta uma fada madrinhas fashionista e diferente da fada da animação (Que mais parecia uma tia avó divertida) e também da própria Helena, que surge menos excêntrica e descabelada, continua espalhafatosa, só que na medida certa, mais uma vez ela prova que é uma ótima atriz, o povo que tem preconceito com ela. Todos os atores do longa fizeram um bom trabalho, além da boa direção de Kenneth Branagh um grande adepto de Shakespeare e que dá sempre um jeito de encaixa-lo na maioria de seus trabalhos, até Thor não escapou. Foi bastante competente neste e sensato ao retornar com as antigas raízes. Outra curiosidade: ele é ex marido de Helena. O diretor caprichou na escolha dos figurinos e da fotografia. A desconfiança de que seria primoroso veio pelo pôster, onde o azul do vestido de Cinderela casa com o fundo soturno e os cabelos esvoaçantes. O visual é bastante ponderado. Quando de dia o verde da floresta, o amarelo do sol, o colorido dos vestidos (das irmãs principalmente), os olhos azuis do jovem lobo (príncipe encantado rs) e a noite as cores fortes do castelo na noite do baile, os labirintos do jardim, a carruagem e o próprio vestido da cinderela, de um azul bem escuro com pequenos pontos de luz nele e no cabelo (inclusive da fada madrinha) sem falar no sapatinho de cristal que é de dar inveja. Tudo é o sonho de consumo de qualquer garota, seja fashionista ou não.
       O filme não exagera nos efeitos especiais, outro diferencial dos filmes da fase atual da Disney. Ele não chama a atenção do público pelos efeitos e sim pela simplicidade. Mesmo que a cena da transformação da carruagem em abobora seja exuberante e aflitiva. Os animais amigos de Ella são feitos digitalmente e roubam a cena, como na animação eles parecem falar, mas sem falar realmente. O que proporciona cenas engraçadas, além de aprontar bastante como os da versão clássica. O cachorro Bruno é substituído por um ganso (assim como em muitas residências hoje em dia, coincidência ou não) que assim como o gato da madrasta má são animais de verdade. Até hoje é difícil entender o por que do nome do gato ser lúcifer, um nome horrível até de pronunciar, este nome supostamente foi dado por conta da dona do mesmo ser maligna, não vejo outra explicação, este definitivamente não é um nome comum como qualquer outro, para aqueles que gostam de teorizar sobre as mensagens subliminares da Disney não tem argumentos para com este nome já que está explicito seu significado.
Esta nova versão de Cinderela chega para encantar as crianças e os adultos que conhecem ou não a versão original, além de explicar alguns furos de roteiro do clássico e além do mais voltar as raízes é sempre bom, por que antes de pensar em ser destemida toda menina já pensou em ser uma princesa.